Esse post é sobre informação. Sobre empoderamento. Sobre escolha.
Sim… somos filhos da violência obstétrica. Fomos criadas com medo, acreditando que parir é risco de vida.
Na gravidez da Manuh eu não tinha medo do parto. Tinha PAVOR mesmo. Tinha medo da dor, de tudo que eu ouvia que poderia dar errado, da natureza. Queria o parto normal, mas seguia o famoso mantra “se tudo der certo”.
No final da gestação estreou nos cinemas o documentário “O Renascimento do parto”. Mudou a minha vida. Me deparei com esse medo e enxerguei que eu ia sim ter cesárea porque não tinha informação suficiente. E não só isso, que ia agradecer à equipe médica por fazer minha filha nascer da melhor forma possível, sem riscos.
Estava de 37 semanas e tive esse último mês pra procurar informação. Muitas pessoas (ativistas ) tentaram me ajudar, mas como muitas vezes apareciam de forma agressiva, acabava me fechando pra o que elas estavam dizendo.
Fiquei com mais medo ainda… Me vi em cima do muro, só observando a guerra e percebi que tinha que fazer uma escolha.
Nesse momento entendi que não existe escolha sem informação.
Escolhi o hospital que tive a Manuh com a promessa de que lá havia uma equipe humanizada, com toda a estrutura necessária. Gente… estrutura é fácil: uma cama, uma bola, uma banheira… isso é o de menos!!! O que faltou (salvo 2 exceções) foi uma equipe que acreditasse no poder do parto normal, na mulher, na natureza, na humanização desse momento.
Meu trabalho de parto foi intenso. Tivemos que comprar briga… lutar mesmo. Passei por todas as violências obstétricas que existem nos livros. Tiraram a comida, por exemplo, porque achavam que eu ia desistir e aí poderia ir para a cesárea. O Tiago, que foi um parceiro sem igual, comprou a lanchonete do hospital inteira e eu comi escondido.
Ainda vou fazer um vídeo sobre violência obstétrica. Acho importante dividir esses detalhes também, nem que seja pra finalmente ter um momento catártico…
Garanto 2 coisas: se eu não tivesse buscado a mínima informação eu ou teria sido convencida a ter cesárea ou hoje iria querer fazer uma uma, porque a lembrança do parto “normal” é aterrorizante, cheia de medos e dúvidas.
Quase 3 anos se passaram e quanta informação temos de maneira fácil hoje em dia! Engraçado… mesmo tendo um longo caminho para chegarmos numa situação favorável ao parto, a mudança desses últimos anos foi incrível!
Sim… acredito que toda mulher deve escolher o que é melhor pra ela. Mas na maioria das vezes me deparo com escolhas movidas pelo medo, pela falta de informação real…
Não cabe a mim mudar o pensamento de ninguém. Não coube ao “Renascimento do parto” mudar o meu. Mas acredito que quem está maduro o suficiente pode se abrir para esse assunto, estudar, se informar e a partir daí, ESCOLHER.
Afinal, quando nossa escolha é feita na base do medo, não é uma escolha de verdade… ou é?
Como diz Michel Odant:”Para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer”.
Já falei aqui de algumas casas de parto, agora gostaria de apresentar também a Commadre que tem um trabalho lindo e uma equipe fenomenal!
Bom… sementinha plantada! Tomara que gere informação e questionamento! Só assim vamos evoluir como sociedade. Escolhas de verdade mudam o mundo!
Beijocas e até a próxima!
Muito bacana esse vídeo e todo o esclarecimento passado. Eu pari com a equipe da Commadre, e, além disso, eu pari com respeito. Eu senti meu corpo agir, funcionar, senti meu filho nascer de mim e tudo isso com respeito. As lembranças desse dia jamais se apagarão da minha mente. Espero que vocês consigam desta vez um parto respeitoso, do jeito q ele for!
Adorei esse video, estou de 38 semanas na expectativa…e desde do inicio pretendo parto normal, tenho meus medos claro, mas tenho fé em Deus que terei forças pra parir, já ouvi várias situações, umas amigas sofreram no parto, outras nem tanto, mas tenho mais medo da cesárea que do parto normal, busco várias informaçoes possiveis e .se Deus quizer vai dar tudo certo…minha princesa Letícia vai chegar linda e maravilhosa…bjuus